
O Diálogo é um dos fundamentos da democracia. Sem diálogo,
não se constrói o regime democrático. O diálogo converge à construção da
solução. Muitas matérias de conteúdo de difícil resolução são solucionadas pela
negociação, e o diálogo exerce papel essencial e primordial.
Mas,
para emoldurar o diálogo, leva-se várias horas de negociação, de conversa, de
entendimento, até conciliar-se e harmonizar-se as divergências e maturar-se os
interesses entre as partes à convergência resolutiva.
Por
conseguinte, fez-se as negociações necessárias com o presidente da APPM, Dr.
Paulo César, e o Secretário de Governo, Antônio Neto, e acertou-se a realização
do Seminário, na data de 01/06/2022, para a discussão da Regionalização do
Saneamento Básico e a instalação da MRAE – Microrregião de Água e Esgoto do
Piauí.
Regionalização
dos Serviços de águas e esgotos, além dos resíduos sólidos (lixos e lixões), e
a Instalação da MRAE, são matérias de conteúdo de difícil solução.
Especialmente quando não há tradição
no Brasil na análise, na aprovação e implantação desses projetos de saneamento.
Porque historicamente o País perseverou em não querer fazer nada em saneamento
básico. E daí a tragédia na saúde pública.
Neste
Seminário, abre-se a discussão para entendimentos mais amplos e democráticos à
sociedade sobre esta infraestrutura em saneamento.
O
presidente da APPM, ao pretender discutir esses três assuntos, notadamente,
águas e esgoto, abre-se, consequentemente, a solução definitiva para o
saneamento básico, assim como os demais produtos da pauta do saneamento, com
participação dos 224 prefeitos.
Houve
críticas a concepção da Microrregião, porém, não haverá outra alternativa à
construção do saneamento básico e da governança, conquanto a discussão sobre
esses temas conclui logo, pela sua implantação, em formato de blocos.
Exatamente o que se faz mormente em todo o Nordeste, como forma de proteger os
municípios mais pobres. Entretanto, nada impedirá que o regime interno
provisório da MRAE seja alterado para atender às sugestões dos prefeitos.
E
por que agora uma única Microrregião? Viabilidade técnica, econômica e
financeira, enquanto o formato anterior de 11 microrregiões (ou 11 autarquias
regionais) era inviável economicamente. Por isso, o Governo coerente, abandonou
a moldagem das 11 autarquias regionais.
E
a dívida da AGESPISA? Essa dívida será de responsabilidade do Governo do Piauí,
portanto, os municípios a se integrarem como sócios da MRAE, não receberão os
passivos da concessionária, oriundos da AGESPISA, assim como a MRAE. Esta era,
talvez, a maior preocupação dos gestores municipais.
Por
fim, observei no rosto de cada participante, notadamente dos senhores
prefeitos, liderados pelo prefeito de Francinópolis, Paulo César, uma
satisfação grandiosa pela realização do Seminário. Exatamente porque todos
cumpriram uma pauta de valoroso conteúdo à saúde de todos os piauienses:
Saneamento Básico em água e esgoto, com água potável para todos. E esgoto
sanitário tratado.
Magno Pires – Diretor-Geral do Instituto
de Águas e Esgotos do Piauí/IAEPI; Ex-secretário de Administração do Piauí;
Ex-Presidente da Fundação CEPRO; Advogado da União (aposentado); Ex-Advogado da
Cia. Antarctica Paulista, atual AMBEV, por 32 anos; professor e jornalista.