Desestimular pais a não vacinarem filhos é deixar de se preocupar com a vida de 20,5 milhões de crianças expostas às complicações da covid-19

"Negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas”, diz a nota da SBP


Desestimular pais a não vacinarem filhos é deixar de se preocupar com a vida de 20,5 milhões de crianças expostas às complicações da covid-19

Infelizmente, começamosmais um ano sem a calmaria que gostaríamos e tanto necessitamos. Como se nãobastassem os aumentos dos casos de síndromes gripais em todo país, seja por contado alastramento da variante ômicron ou por conta do surto de gripe ocasionadopelo vírus influenza H3N2, o Brasil ainda sofre com o atraso ideológicopolítico e partidário, que prejudica até mesmo a vacinação de crianças.  

O desestímulo, semnenhuma evidência comprovada, por parte do governo federal para que os paisdeixem de levar seus filhos para vacinar contra covid-19 por conta de supostas reaçõesadversas, é no mínimo algo irresponsável, ainda mais quando se considera que adoença pode ter causado o óbito de 300 crianças de 05 a 11 anos de idade, sendomais de 2 mil vidas perdidas na faixa etária abaixo de 19 anos.  

Se para o presidente daRepública os pais levarem as crianças para vacinar é expor essas crianças aosriscos adversos das vacinas, para quem perdeu um filho para covid-19 é algomais do que necessário, ainda que seja tardio. O depoimento do médico deRibeirão Preto (SP), Rodolfo da Silva, que perdeu a filha Alícia da RochaNovaes Silva, de apenas 07 anos de idade, para a doença, expressa bem isso. Eleacha que a vacina é a maior proteção que os pais podem oferecer, pois muitasvezes as crianças não falam o que estão sentindo. "Nem sempre a criançavai falar o que está sentindo por medo de remédio, injeção. Vacinar é o que vaifazer a diferença. A gente nasce e já ganha vacina. É a diferença que podesalvar a vida das pessoas", relata o médico em uma entrevista concedida aoportal G1.


Eu mesma tenho um filhode 10 anos, que expressa a toda hora a vontade de se vacinar, mesmo morrendo demedo de uma injeção. A oferta da vacina para esse público é algo tãoaguardando, tanto pelas crianças quanto pelos pais, porque, sem dúvida, representaum alívio saber que a vacina pode salvar, evitando as complicações da doença. Hoje,o que mais quero é poder salvar meu filho desses riscos. E se a vacina para criançasestá dando em certo em muitos países a fora, por que não daria certo aqui noBrasil? E quanto as possíveis complicações? Na minha opinião, nenhumacomplicação pode ser pior do que perder quem tanto a gente ama, sem ter a chancede sequer tentar salvá-lo.


A Agência Nacional deVigilância Sanitária liberou a vacina para as crianças de 05 a 11 anos desde odia 16 de dezembro, mas o Ministério da Saúde anunciou a inclusão dessas criançasno Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO)somente na última quarta-feira (05). Antes do anúncio o Ministério da Saúdeainda perdeu tempo com uma consulta pública, que só serviu para referendar oque todos já sabiam:  a maioria foi afavor da vacina para crianças e ainda rejeitou a necessidade de prescriçãomédica. Mesmo assim, o órgão ainda recomenda que os pais procurem arecomendação prévia de um médico antes da imunização.

Tratar com desdém um tematão relevante quanto é a vacinação de crianças gerou uma série de reaçõesnegativas, que inclusive culminou ontem (6) com a divulgação de uma nota derepúdio por parte da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Segundo o presidente doDepartamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria(SBP), dr. Marco Aurélio Sáfadi, é hora de ajudar os pais de 20 milhões decrianças brasileiras a compreender a importância de levar seus filhos para sevacinar contra a covid-19. “Os estudos realizados demonstraram a segurança e aeficácia da vacina na prevenção da covid-19 na população pediatria. Negar essebenefício às crianças sem evidências sólidas e desestimular a adesão dos pais àvacinação de seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável”, considera dr.Marco Aurélio Sáfadi.   

Na última terça-feira (4),o médico ainda alertou durante a audiência pública sobre a vacinação contra aCovid-19 de crianças e adolescentes de 5 a 11 anos, realizada pelo Ministérioda Saúde, que risco de miocardite é dezenas de vezes maior por Covid-19 do quepela vacina. “Um evento adverso que foi observado é a ocorrência da miocarditeentre os vacinados. Mas é importante que se compreenda se esse risco édiferente pela própria Covid-19. Mesmo nos grupos com mais casos de miocarditecom a vacinação, os números são dezenas de vezes inferior ao risco demiocardite atribuído à própria Covid-19”, explicou o médico.

 

NOTADE REPÚDIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DEPEDIATRIA

 

OBrasil deve temer a doença, nunca o remédio!

 

Diantede comentários de autoridades sobre possíveis riscos decorrentes da imunizaçãode crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19, a Sociedade Brasileira dePediatria (SBP) vem a público reiterar aos pais e responsáveis os seguintespontos:

1)A população não deve temer a vacina, mas, sim, a doença que ela busca prevenir,bem como suas complicações, como a covid longa e a Síndrome InflamatóriaMultissistêmica, manifestações que consolidam a necessidade da imunização dopúblico infantil.

2)O acesso das crianças à vacina contra a covid-19 é um direito que deve serassegurado, o qual conta com o apoio da maioria dos brasileiros, conformeexpresso em consulta pública realizada sobre o tema pelo Ministério da Saúde.

3)  A vacinação desse público é estratégiaimportante para reduzir o número de mortes por conta da covid-19 nessa faixaetária, no Brasil, cujos indicadores são mais expressivos do que em outrasnações.

4)Até o momento, os estudos realizados apontam a eficácia e a segurança da vacinaaplicada na população pediátrica, a qual é fundamental no esforço para reduziras formas graves da covid-19.

5)A vacina previne a morte, a dor, sofrimento, emergências e internação em todasas faixas etárias. Negar este benefício às crianças sem evidências científicassólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunizaçãodos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, podecustar vidas.

 

Riode Janeiro, 6 de janeiro de 2022.

SOCIEDADEBRASILEIRA DE PEDIATRIA

 

20,5milhões de crianças esperam pela vacina no Brasil

Segundo o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Brasil tem cerca de 20,5milhões de crianças na faixa etária entre 5 e 11 anos. A previsão é que essepúblico comece a ser imunizado a partir de janeiro e até o final deste mês, aestimativa é que 3,7 milhões de doses cheguem ao país. Já estão previstos trêsvoos com 1,248 milhão de vacinas cada. O primeiro desembarcará no Brasil em 13de janeiro, o segundo dia 20 e o terceiro dia 27. A vacinação, que não éobrigatória, será realizada com o imunizante da Pfizer (Comirnaty), autorizadopara aplicação no público infantil pela Anvisa, com o intervalo de 8 semanasentre a primeira e a segunda dose.

 

Piauíquer imunizar 331.432 crianças de 05 a 11 anos


De acordo com aSecretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi), a expectativa é que o estadopossa imunizar 331.432 crianças de 05 a 11 anos de idade. Segundo o secretáriode Estado da Saúde, Florentino Neto, a oferta da vacina contra a Covid-19 paraesse público é uma estratégia que garante maior segurança, controle da pandemiae imunização para a população.  "OPiauí foi o segundo estado a pedir a vacinação infantil para o combate à pandemia.E pedimos aos pais e responsáveis que assim que a vacina estiver disponívellevem suas crianças, pois a vacina é segura e fundamental para proteção”,destaca o gestor.

 

Estadossuspendem festas de carnaval

Por conta do avanço doscasos de Covid-19 e de outras síndromes gripais, com a variante da Influenza,muitos Estados já anunciam o cancelamento do carnaval 2022. A pergunta que nãoquer calar agora é do que adiantou extrapolar, sem o mínimo de cuidados, nascomemorações do final de ano, e o país ficar mais um ano sem uma das festasmais populares e tradicionais, que inclusive traz bastante retorno econômicopara o país, como é o carnaval? Será mais um ano de prejuízos para o setor,principalmente para aqueles que dependem economicamente dessa época do ano parasobreviver.  

 

Showscancelados por conta da contaminação pela Covid

E depois de um final deano bem agitado, com agendas lotadas, o que tem de anúncio de shows canceladospor conta da Covid-19, não é brinquedo não. Dentre os que anunciaram ocancelado de shows porque alguns integrantes da equipe e banda testaram positivopara Covid-19 estão os cantores Diogo Nogueira, Gustavo Lima e Maiara e Maraisa. 

 

Lotaçãodo sistema de saúde com casos de síndromes gripais

E o reflexo dairresponsabilidade e falta de prudência nas festas e confraternizações de finaldo ano, mesmo depois do anúncio da variante ômicron, está aí, para todo mundover, nas filas dos pronto-atendimentos. Já tem Estado analisando a reativaçãodos leitos Covid-19 e até dos hospitais exclusivos para esse atendimento.

 

FMSdisponibiliza mais centro de testagem


E Teresina não poderiaser diferente, por conta do aumento dos casos suspeitos de síndromes gripais nacapital, o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, disse que a procura poresse serviço tem aumentado e que é necessário fazer o maior número de testespara agilizar o atendimento a quem apresenta síndrome gripal. A partir dapróxima segunda-feira (10) serão cinco centros de testagem em Teresinadistribuídos em todas as zonas da capital. O funcionamento é das 8h às 17h desegunda à sexta-feira. Desde a última quinta-feira (6), a fundação tambémaumentou para seis o número de Unidades Básicas de Saúde que atenderãoexclusivamente casos suspeito de Covid. O hospital do Monte Castelo, onde oatendimento é 24 horas, continua exclusivo para casos Covid.

 

Fundaçãotambém realiza testes covid em desabrigados

 

A FMS também estádesenvolvendo ações de saúde preventiva junto aos desabrigados atingidos pelaschuvas em Teresina. Hoje (07) foi dia de assistência aos alojados na EscolaMunicipal Dilson Fernandes, zona Norte. Nas cinco salas ocupadas pelas famíliasforam realizados hoje (07) testes de Covid e todos deram negativos para adoença. No local foram entregues também medicação para adultos e crianças comsíndrome gripal para tratar febre, tosse, dor de garganta, além de medicamentospara evitar infestação por piolhos, anti-inflamatórios e distribuição de kitsde saúde bucal, como escovas e creme dentário. A equipe de saúde que prestaassistência aos desabrigados é formada por enfermeira, odontóloga e técnica deenfermagem.

 

Correratrás do prejuízo e se vacinar contra gripe

E para quem não sevacinou contra a gripe no ano de 2021, a recomendação dos médicos é correratrás do prejuízo, mesmo que a vacina da gripe não contemple o vírus influenzaH3N2, afinal existe mais de um tipo de influenza e não dá para saber qual vírusvocê teve no passado. O certo é que o país está contabilizando um número maiorde óbito por síndrome respiratória. Mesmo que as pessoas ainda pensem que essagripe pode ser apenas uma gripezinha, pode ocasionar pneumonia e evoluir paraum quadro respiratório grave que culmine com a morte. E agora ainda tem o riscode pegar uma dupla contaminação do vírus influenza com o coronavírus, adenominada Flurona. São Paulo já registrou mais de uma centena de casos.

 

OMSalerta que ômicron mata e está sobrecarregado hospitais

A Organização Mundial deSaúde (OMS) ressaltou ontem que a ômicron não deve ser considerada uma variantebranda, pois está matando pessoas em todo mundo. E ainda alertou para o númerorecorde de pessoas infectadas pela nova variante vem deixando o sistema desaúde sobrecarregado. Os Estados Unidos, por exemplo, registraram mais de 1milhão de caso de covid-19 em 24 horas. E segundo a organização, na última semanaaumentou em 71% o número de casos globais da doença, sendo esse aumento de 100%nas Américas. “Assim como as variantes anteriores, a ômicron estáhospitalizando e matando pessoas. Na verdade, o tsunami de casos é tão grande erápido que está sobrecarregando os sistemas de saúde em todo mundo”, afirma odiretor da OMS, Tedros Adhanom.   

 

País registra primeira morte causada pela ômicron

O Brasil registrou naúltima quinta-feira (6), a primeira morte causada pela variante ômicron daCovid-19. O óbito foi confirmado pela secretaria municipal de Saúde deAparecida de Goiânia, em Goiás. Trata-se de um homem de 68 anos que estavainternado e era portador de doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensãoarterial. Ele estava vacinado com as duas doses do imunizante contra a Covid-19e a dose de reforço.

 

Brasilterá primeira vacina Covid-19 100% nacional


Apesar de tantas notíciasruins, enfim uma notícia boa, nesta sexta-feira (7), a Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do insumo da Fundação OswaldoCruz (Fiocruz), ou seja, o Brasil terá sua primeira vacina 100% nacional. Todasas etapas de produção do imunizante ocorrerão com o Insumo Farmacêutico Ativo(IFA) nacional. Isso pode acelerar a campanha de vacinação no país, que jáaplicou a primeira dose em mais de 161,5 milhões de brasileiros. Até agora,mais de 144 milhões já completaram o ciclo vacinal.

 





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