Magno Pires

ALTAMIRANDO

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ALTAMIRANDO

Proprietáriorural, agropecuarista e político, além de outros afazeres na sociedade. Muitoconhecido em todo o Estado. Homem simpático. Conquistava logo a amizade detodos com os quais convivia. Possuía um número de amigos e a todos tratava commuito respeito.

              Altamirando, como político, falavamuito pouco, mas observava tudo do Estado e do seu município quando o assuntoera política.

              Gostava de festa, especialmente nointerior, para manter o eleitor e os amigos atentos à sua ação política.Gostava de beber cerveja e uísque. Notadamente uísque. E não deixava deoferecer a todos os presentes um copo de cerveja. Não se embriagava. Bebiamoderadamente e recomendava a todos que fizesse o mesmo. Dizia sempre: bebida épara alegrar a alma, o espírito e o corpo. E assim seguia entre todos.

              Altamirando era grande criador degado no Médio Parnaíba, mas também criava minuanças como bode, carneiro, porco,galinha, pato, capote e uns pirus e patos para espantar os ladrões de galinha.

              Era um homem festeiro!... faziafesta e comemoração por tudo: nascimento dos filhos e seus aniversários; nãoesquecia do nascimento de todos os agregados ou trabalhadores da fazenda.

              Tinha uma atenção especial parafamília dos vaqueiros porque estavam sempre andando no mato, procurando gadocom bicheira, entrevado, vaca ferida, bezerro novo que a vaca deixava no mato,enquanto ia no curral comer um pouco de ração e lamber o sal colocado noscochos.

              O vaqueiro Simião já morava na FazendaCaiçara por mais de 40 anos. E conhecia toda a área da fazenda; inclusive asserras e mata fechada existente bem distante da sede onde também existia grandequantidade de animais selvagens, especialmente onça. Era muito grande o rebanhode veredas, pacas, caititu, raposas, mambira, cutias, mocós no alto dascolinas, macacos, tejo, camaleão... e as aves como pica-pau, rouxinol, juriti,chico preto, sabiá, canário amarelo e pardo, gavião, rolinha, avoantes, anumpreto e vermelho, urubus, galo de campina, juriti;

              A Fazenda Caiçara era cortada deNorte e Sul pelo riacho do Engano que servia água para os animais e os seushabitantes, pois não secava no verão. Sempre ficavam paços d’água intermitentescom grande volume de água. Não havia problema de água. Era abundante ou emgrande volume. E de boa qualidade.

              E, nesses poços d’água, haviaenorme quantidade de peixe, de várias espécies; inclusive piau, corvina, mandi,traíra, etc. Que serviam de alimentos para todos os homens que trabalhavam naFazenda.

              Havia também peba e tatu em grandequantidade.

              Altamirando era o senhor todopoderoso da Fazenda Caiçara e muito conhecido em todo Meio Norte do Estado pelafama de ser proprietário e pelo enorme rebanho que possuía.

              Altamirando não era umproprietário truculento. Era homem cordial, mas queria respeito de todos, paramanter a sua autoridade.

              Homem do campo, morava mesmo na Fazenda,para ouvir pela manhã o berro dos animais que criava. E beber o copo de leitomugido, pela manhã, tirado da vaca graúna, muito mansa, por isso, recebia tratamentodiferente das demais vacas leiteiras.

              Altamirando, falava sempre, quegostava do cheiro do curral e do tucum malhado. Exatamente, por isso, dormia naFazenda onde também foi o local de seu nascimento. Herdara esse hábito dos paise esses já o haviam herdado dos seus avós. E dizia: enquanto eu viver morareiaqui. Tenho muita saúde por conta dessa convivência no mundo rural.

              A Fazenda ficava há 18 quilômetrosda sede municipal, mas preferia também não ficar ouvindo as conversas, semprealteradas, dos habitantes da sede municipal, contra as famílias que não sedevam com o senhor Altamirando. Como Vice-prefeito teria que manter distânciado prefeito.

              O delegado e o juiz foramindicados pelo seu Altamirando, mas sempre dizia que jamais mandou bater em algumdesafeto.

              Tenho um respeito muito grandepelos meus adversários políticos. Sempre deixo a porta aberta para uma eventualconciliação política. E fechar a porta à renegociação é tolice. A política écheia de vai-e-vem, de reatamento entre partes, por isso mesmo falo com todos esempre na expectativa de reaproximar os inimigos políticos. Nunca perdi umaeleição porque age assim com os adversários.

             

MAGNO PIRES é Diretor-geral do Instituto de Águas eEsgotos do Piauí – IAE-PI, Ex-Secretário de Administração do Piauí e ex-presidenteda Fundação CEPRO, advogado da União (aposentado), professor, jornalista eex-advogado da Cia. Antáctica Paulista (hoje AMBEV) por 32 anos consecutivos.

 





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