Nutricionista desenvolve ovos de páscoa para pessoas com restrição alimentar

A profissional preparou ovos de páscoa sem lactose, açúcar e glúten


Nutricionista desenvolve ovos de páscoa para pessoas com restrição alimentar Ovos com chocolate sem açúcar e sem lactose, recheados com doce de leite sem lactose e brigadeiro de banana/Foto: Pedro Silva

Ainda era fevereiro quando os supermercados começaram a expor os ovos de páscoa em seus corredores, neste ano. Dos mais variados tipos e tamanhos, é tradição no Brasil presentear familiares e amigos com ovos de chocolate, em um dos feriados mais comemorados ao redor do mundo: a Páscoa.

Ao revisitar a história antiga, não se sabe ao certo o momento exato em que as pessoas começaram a presentear umas às outras com chocolate. Os povos da Antiguidade propagavam a ideia de que o ovo era símbolo de renascimento, e alguns acreditavam até que o mundo teria surgido de sua casca.

Por isso, havia o hábito de presentear uns aos outros com ovos de galinha, tradição que pode ter surgido com os persas. Na Páscoa cristã, os fiéis também passaram a ver nos ovos um símbolo da ressurreição de Jesus, e foi questão de tempo para que eles passassem a ser decorados e pintados à mão. Essa tradição, por exemplo, faz parte da cultura alemã.

Mas foi na França, no século 18, que os ovos começaram a ser feitos de chocolate, a partir de confeiteiros franceses. A invenção chegou ao Brasil e ainda perdura entre a população, razão pela qual sempre é possível encontrar nos supermercados, nesta época do ano, os famosos ovos de chocolate.

No entanto, não é todo mundo que pode consumir os ovos tradicionais, feitos de chocolate ao leite, os quais sofreram uma alta nos preços, de acordo com pesquisa realizada pela Horus, em 2024. A empresa de inteligência de mercado divulgou que as barras de chocolates passaram por um aumento médio de 11% em seus valores, assim como os chocolates e bombons (10,5%) e os ovos de páscoa (1,8%). Pensando nisso, a nutricionista Christianne Aguiar criou a "Páscoa Inclusiva", com ovos que podem ser consumidos por qualquer pessoa.

"Eu comecei a fazer ovos que não tivessem o tradicional, sem lactose, com chocolate vegano, que dá para pessoas que têm alergia à proteína do leite. Dificilmente encontramos no mercado, e eu trouxe em 2022 aqui para Teresina. Agora, estou usando o sem açúcar, para os diabéticos. A maioria dos meus pacientes e clientes diabéticos são idosos, a maioria não come chocolate preto, por causa da labirintite. E eu vi a necessidade de incluir, onde podemos ter um domingo de páscoa com os avós, pais, crianças e bebês. Tem o brigadeiro de banana, para as crianças menores de 2 anos não consumirem o leite condensado e o açúcar. Tem o chocolate meio amargo para crianças acima de 2 anos, e os recheios sem açúcar e sem lactose. Então dá para incluir toda a família, e ser um domingo prazeroso e festivo", explicou a profissional.

Nutricionista Christianne Aguiar/Foto: Pedro Silva

Formada desde 2018, Christianne trabalha com nutrição oncológica, materno infantil, e para autistas e diabéticos. Na época em que finalizou sua graduação, ela também descobriu que era intolerante à lactose e que tinha sensibilidade ao glúten. A partir daí, a nutricionista começou a preparar comidas que não tivessem em sua composição lactose, glúten e açúcar.

Nascida em uma família de confeiteiras, Christianne sempre se desafiou na cozinha. Aos 6 anos de idade, ela preparava os seus primeiros bolos, feitos com refrigerante, que era usado como um de seus ingredientes na época. Anos depois, após inúmeras descobertas e tentativas, ela começou a fazer doces funcionais e saudáveis, que atendiam não somente a ela, com intolerância à lactose, mas a todos os públicos.

"Desde 2020, eu faço ovos de páscoa low carb, que é sem açúcar, sem glúten e sem lactose. E este ano, eu desenvolvi o ovo pudim para diabéticos, que é uma alternativa para quem não consome chocolate. O outro ovo que eu fazia para diabéticos era à base de chocolate 75% amargo. Muita gente não pode comer, não deve ou não quer. Para as demais restrições, eu também fiz a colomba pascal sem glúten. E tem dado certo", contou Christianne.

Ovo de pudim, com casca de chocolate branco sem açúcar, e calda adoçada com xilitol/Foto: Pedro Silva

Na Páscoa Inclusiva, os ovos são feitos sob encomenda, e os pedidos podem ser realizados através das redes sociais da empresa de confeitaria da Christianne, a Cakes Nutri.

"Tem uma diferença de preço em relação aos ovos tradicionais, porque são chocolates difíceis da gente encontrar. Tenho que pedir de fora, pela internet, tenho que me antecipar. Mas são chocolates que, caso não tenha uma venda na Páscoa, logo depois tem o Dia das Mães. São preparações também que dá para a gente fazer pequeno, individual. Por exemplo, um ovo de 50g, que atende só uma pessoa que não quer um ovo grande. São ovos que não encontramos no mercado, porque é uma preparação personalizada para você, para aquela restrição. Tem clientes que são diabéticos, tem clientes que só não querem consumir com glúten", relatou a profissional.

Além dos ovos doces, a nutricionista também quis alcançar o público que é fã dos salgados. Você, leitor, já imaginou comer um ovo de frango? Aqui, isso é possível.

"Tem a opção salgada, sem glúten e sem lactose. É o chamado "empadovo", e o recheio pode ser de frango, de bacalhau. Me pediram para fazer de carne de sol, mas eu não fiz porque a tradição da Páscoa é não comer carne. Tem a novidade que eu desenvolvi, que é o empadovo de delícia de goiabada, que o recheio é goiabada com requeijão, sem lactose e sem glúten. A gente pode fazer o de carne de sol depois da Páscoa", destacou Christianne.

Empadovo de frango/Foto: Christianne Aguiar

Empadovo de delícia de goiabada/Foto: Christianne Aguiar

Assista a entrevista na íntegra pelo nosso canal no Youtube!

Segue abaixo imagens dos ovos da Páscoa Inclusiva, registradas pelo jornalista Pedro Silva:









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