Dezembro Vermelho: mês de conscientização sobre o HIV e a AIDS

Os Centros de Testagem e Aconselhamento do estado estão realizando campanhas de conscientização quanto ao vírus, em escolas


Dezembro Vermelho: mês de conscientização sobre o HIV e a AIDS Cristiana Rocha/Fotos: Pedro Silva

A Campanha do Dezembro Vermelho, instituída no Brasil através da lei 13.504, chegou ao sexto ano de realização. Nesse momento, os órgãos de saúde atuam de forma mais intensa no diálogo com a população sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana, popularmente conhecido como HIV. 

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de um milhão de pessoas vivem com o HIV. Outro dado preocupante vem do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, que divulgou que 64% dos infectados já sofreram algum tipo de discriminação.

Pensando nisso, a coordenadora do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Piauí, Cristiana Rocha, participou do Teresina Diário Entrevista desta quinta-feira (07), diretamente do Gran Hotel Arrey – Espaço Senses, para conversar sobre o vírus no estado.

“Neste ano, a gente aproveita pra reforçar o combate ao preconceito contra as pessoas que vivem com o vírus. Além da prevenção e de reforçar os municípios para as suas ações, estamos chamando a atenção para combater o preconceito. O estigma contra as pessoas que vivem com o vírus mata muito mais, porque mata a alma, mata a autoestima da pessoa, e temos que lutar contra isso também”, destacou Cristiana.

Parte do preconceito das pessoas vem do desconhecimento acerca da AIDS, causada pelo HIV. Para desmistificar o assunto, um dos objetivos da campanha do Dezembro Vermelho neste ano será o debate sobre o tema em escolas.

“Ontem demos um “start” (na campanha). Primeiramente, orientamos todos os municípios para que eles desenvolvam ações focadas no público jovem. (...) Ontem, a Sesapi, o CTA, e a coordenação fizeram uma sessão de cinema muito interessante, no Liceu Piauiense. O filme falava sobre pessoas vivendo com HIV. Depois, disponibilizamos para eles um filme curtinho sobre autoteste, mostramos que temos um autoteste gratuito. Depois, disponibilizamos uma roda de conversa, e foi muito rico, o auditório do Liceu estava lotado de jovens”, relembrou a coordenadora.

Além da conscientização, o foco no público jovem é motivado pelo último boletim epidemiológico deste ano, divulgado pela Coordenação Estadual de Doenças Transmissíveis. “No Piauí, a gente tá tendo uma infecção significativa da população jovem, até mesmo menor de 30 anos. São geralmente homens. Mas independente da idade, do que for, a gente tem que estar trabalhado a prevenção do HIV, o tratamento. Nossa meta é que quem não tem HIV possa fazer o diagnóstico, para saber que não tem, e reforçar as estratégias de prevenção”, detalhou Cristiana.

Lívia Barradas entrevista Cristiana Rocha

Prevenção

A prevenção começa a partir da conscientização das pessoas. Além da educação, há também o sigilo obrigatório sobre a condição de quem vive com o HIV, através do PLS 380/2013, criado pelo senador Randolfe Rodrigues, aprovado em janeiro de 2022. 

A medida é uma forma de evitar preconceito e constrangimento, e a pessoa que a desobedecer deverá indenizar a vítima por danos materiais e morais.

Além disso, as pessoas também podem se prevenir nos CTAs e nas UBSs. “Se você se expôs sexualmente, em relação oral, anal ou vaginal sem camisinha, ou teve contato com sangue através do compartilhamento de seringa, agulha, algo do tipo, você pode ter se infectado pelo HIV ou qualquer outro vírus/bactéria.  O recomendado é procurar algum CTA, ou qualquer UBS da capital e dos demais municípios. Faz o teste de HIV, aproveita e faz de Sífilis, Hepatite B E C, é só uma furadinha no dedo, leva a identidade e o cartão do SUS, faz o exame, recebe o aconselhamento e o resultado”, elencou a coordenadora.

“A gente tem a profilaxia pré-exposição (PrEP), que é uma medicação que a pessoa usa constantemente, é só se cadastrar no CTA pelo telefone (86) 3216-2049, ou vai para a UBS, vai para a regulação no Natan Portella. A pessoa usa uma medicação constante, que impede que a pessoa se infecte pelo HIV. E tem a profilaxia pós-exposição (PEP). Se você se expôs sexualmente ou teve um acidente ocupacional, com sangue, vai na urgência do Natan Portella, ou no CTA estadual, às quartas e sextas-feiras. Tem PEP e PrEP. Pode até três dias após a exposição à relação”, finalizou Cristiana.

Para conferir a entrevista na íntegra, acesse o nosso canal no Youtube.

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