Magno Pires

O mais grave problema do Piauí – (I)


O mais grave problema do Piauí  – (I)

As regiões paupérrimas e/ou miseráveis distinguem-se e/ou se destacam pela carência estrutural ou fundamental de bens e serviços essenciais à manutenção e alimentação da natureza humana ou do homem.


E a falta de alimentação regular de 1,4 milhão de piauienses, levando-os à extrema pobreza, certamente é o maior e mais grave problema do Piauí.


A população atual do Piauí é de 3.270.174 habitantes, consequentemente, 1,4 milhão representam quase a metade do contingente humano estadual que está passando privação alimentar e são subnutridos.


E, com esse quadro de desigualdade social constrangedor, o Estado não prosperará, porquanto esta população de subnutridos e famélicos só tende a aumentar porque os anteparos para barrar esta insuficiência alimentar se estiolam e não conseguem estancar a ascendente (subida) do número de mais pobres e miseráveis.


Justamente porque esses instrumentos não são permanentes e de longo prazo no sentido de deter o aumento dessa degradante condição humana que assola o Piauí; especialmente na periferia de Teresina e das maiores cidades do interior, bem como na região do Semiárido.


As políticas públicas adequadas à solução do problema subalimentar estadual, têm pouca produtividade e não abarcam toda a área estadual, além da insuficiência e/ou quantidade.


Agravam, mais ainda, esta inadequada subnutrição alimentar a falta de saneamento básico, com água e esgoto regularmente tratados, em suas paupérrimas casas cobertas com palha de coco babaçu; paredes feitas também com palha e/ou barro batido, entrelaçado de varas e/ou adobe; e o chão da casa construído de terra batida sem o revestimento de cerâmica.


Todo esse conjunto degradante de construção da residência, é campo propício à proliferação de insetos e/ou indivíduos transmissores de doença ao homem; e para um corpo já debilitado e dilacerado pela fome constante e diária.


Além da carência de água potável e de esgoto, também devidamente tratados, esses piauienses têm sua casa erguida próxima aos locais onde são lançados os lixos, constituindo e/ou formando os lixões, onde vários animais, como ratos, baratas, muriçocas e outras espécies de animais perniciosos à saúde do homem, habitam e se proliferam aumentando diariamente a sua população, sem qualquer combate do homem a esse núcleo de doença.


E, nesse cenário de subnutrição alimentar, atacam essas populações periféricas, os traficantes de droga; o comércio de bebidas aumentam e se corporifica na comunidade; a prostituição infantil degrada toda a célula familiar, já adoecida e comprometida com a marginalidade.


E todos são iguais na desigualdade, sobressaindo-se os donos do comércio ilegal e do crime, com os seus líderes proeminentes dessa degradante condição humana, formatada e aureolada, nesse conjunto humano composto exclusivamente de pobres e miseráveis, infinitamente, em um Estado rico e grande produtor de grãos.


Entretanto, onde a concentração da renda impõe o seu arco de desigualdade e império, impedindo e/ou obstacularizando a desconcentração da riqueza, com a criação do emprego e de renda, para resgatar aqueles piauienses atolados nesse mar de incerteza e dificuldades, constituído pela fome persistente e constante protegida pela falta de consciência da elite rica e poderosa indiferente a esse quadro angustiante acima relatado.


E, nessa antevisão de continuado aumento da pobreza estruturante estadual, o conjunto de 1,4 milhão de irmãos, abaixo da linha da pobreza, tende a aumentar assustadoramente, porque as políticas públicas para restringir esse aumento da desigualdade são ineficientes ao combate desejado.


(Uma reflexão ao discurso do Padre Tony Batista na missa de Ação de Graças a Rafael Fonteles como Governador eleito do Piauí na Catedral de Teresina).



MAGNO PIRES é Diretor-geral do Instituto de Águas e Esgotos do Piauí – IAE-PI, Ex-Secretário de Administração do Piauí e ex-presidente da Fundação CEPRO, advogado da União (aposentado), professor, jornalista e ex-advogado da Cia. Antáctica Paulista (hoje AMBEV) por 32 anos consecutivos.





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