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Exercício é remédio!

Entenda como fazer atividade física promove saúde, previne e até trata doenças


Exercício é remédio!

Quando o assunto é atividade física, o primeiro benefícioque vem à cabeça de muitos é a perda de peso. Mas, na verdade, ter uma vidaativa é capaz de proporcionar muito mais do que um corpo esbelto —inclusive, aboa alimentação é muito mais importante para conseguir isso do que o treino.

Exercícios físicos atuam como um remédio universal e barato:a prática promove saúde física e mental prevenindo e, muitas vezes, atétratando diversas doenças crônicas, além de ajudar a viver uma vida mais longae com mais qualidade.

Essa reportagem especial é o primeiro de muitos conteúdosque serão publicados nos próximos sete dias para mostrar a importância depraticar atividade física regularmente. O especial abre a campanha Exercício ÉRemédio, que faz parte de uma série de VivaBem em que trazemos, ao longo de umasemana, conteúdos temáticos para contribuir para uma vida mais saudável e cheiade bem-estar.

A seguir, explicamos —com a ajuda de especialistas e daciência— por que mover o corpo é a solução para muitos problemas de saúde.

Quais doenças o exercício pode prevenir

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), aatividade física regular é fundamental para prevenir e controlar doençascardiovasculares (como infarto, AVC e pressão alta), diabetes tipo 2 ediferentes tipos de câncer, além de contribuir para amenizar sintomas dedepressão e ansiedade, reduzir o declínio cognitivo e melhorar a memória.Estudos apontam que a prática também ajuda a inibir quadros comuns noenvelhecimento, como a osteoporose e a sarcopenia.

Um dos motivos para tantos efeitos positivos é o poder decombater o sobrepeso, que está relacionado ao surgimento de diferentescomorbidades.

Para o câncer, por exemplo, o Inca (Instituto Nacional doCâncer) explica que a obesidade provoca alterações hormonais e mantém o corpoem um estado inflamatório crônico, estimulando a proliferação celular.

Além disso, modalidades diversas, como corrida, musculação,dança, pilates e outras, promovem a melhora da circulação sanguínea, oequilíbrio dos níveis de hormônios, reduzem o tempo de trânsitogastrointestinal, fortalecem o coração, os músculos, os ossos e o sistemaimunológico.

Recentemente, uma pesquisa norte-americana sugeriu que oexercício pode, inclusive, evitar o desenvolvimento da SRAG (SíndromeRespiratória Aguda Grave), caracterizada pela falta de ar, respiração rápida, tosse,fraqueza muscular e uma das complicações mais graves causadas pela covid-19.

De acordo com a análise, a prática de exercícios físicoseleva a produção da enzima superóxido dismutase (EcSOD), produzida pelosmúsculos e associada à proteção do sistema cardiorrespiratório.

Quanta atividade física preciso para colher benefícios?

300 MINUTOS

Esse é o tempo de exercício moderado por semana que a OMSrecomenda para garantir saúde. Aqui, não conta só o treino. Movimentos do dia adia, como subir escadas e caminhar para ir até a padaria, também contribuempara você atingir essa meta.

OU 150 MINUTOS

De atividade física intensa (corrida, bike, treinofuncional, musculação etc.) por semana, quando não tiver contraindicação. Arecomendação também é da OMS.

Atividade física também pode ser tratamento

Ao realizar modalidades que envolvem ganho de massa magra(musculação, funcional, crossfit, pilates etc.) é possível controlar, porexemplo, o diabetes tipo 2, já que os músculos causam maior sensibilização dascélulas à insulina. Atividades aeróbicas (corrida, bike, natação) também ajudamno quadro por reduzirem o nível de açúcar no sangue.

Já quem tem pressão alta se beneficia pela circulação maiseficiente do sangue causada quando praticamos exercícios regularmente.Portanto, o exercício pode ajudar quem tem hipertensão e/ou diabetes a reduzira dose de remédios ou, para alguns, até dispensar as drogas.

Mesmo no tratamento de doenças agressivas, como o câncer, oexercício geralmente é benéfico (e deve ser indicado de acordo com o quadroespecífico de cada paciente). Uma das razões é a liberação de proteínas comfunção anti-inflamatória gerada pela contração muscular durante o esforçofísico. Elas atuam em vários órgãos do corpo, colaborando com a prevenção e o tratamentode tumores.

Para esses pacientes, manter uma vida ativa pode, inclusive,ajudar a combater efeitos adversos de quimioterapia e radioterapia, quecostumam causar fadiga, perda de massa muscular e, para alguns, ansiedade esintomas depressivos. É importante ressaltar que, ainda que manter uma vidaativa ajude a combater e controlar doenças, o uso de medicamentos e outrasterapias não deve ser interrompido sem ordem médica.

O problema, explica Fabrício Buzatto, médico do esporte efisiatra do Hospital das Clínicas da Ufes (Universidade Federal do EspíritoSanto), é que nem todos os profissionais de saúde têm esse conhecimento.

“Na faculdade, nós, médicos, não temos nenhuma formaçãosobre isso. Aprendemos a prescrever medicamentos, mas não exercícios ou comoconvencer alguém de que a atividade física é essencial.”

Benefícios dos exercícios na prática

APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Permite que você faça as atividades do seu dia a dia, comosubir escada ou brincar com crianças, sem ficar cansado.

FORÇA

Faz com que você possa carregar sacolas ou caixas, porexemplo, sem dificuldade.

FLEXIBILIDADE

Ajuda na funcionalidade do corpo ao agachar, pegar objetos etambém para evitar lesões.

EQUILÍBRIO

É o que faz você manter a postura e sustentar o corpo.

SONO TRANQUILO

O relaxamento e o bem-estar promovidos pelos exercíciostendem a resultar em um descanso melhor.

ENERGIA

A longo prazo, com o ganho de aptidão física, você sesentirá mais disposto.

Para a saúde mental, exercício é fundamental

Na psiquiatria, o exercício físico é considerado umtratamento para vários transtornos. A OMS diz que, para a depressão leve, aprimeira opção não é a psicoterapia nem a medicação, e sim a atividade físicaaeróbica. "O treino causa mudança no funcionamento dos neurotransmissores(substâncias produzidas pelos neurônios) e alivia os sintomas da doença —etambém da ansiedade", explica Ana Paula Carvalho, mestre em psiquiatriapela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e uma das autoras do livro"Psiquiatria do Estilo de Vida".

De acordo com a médica, ao longo do tempo, estudos forammostrando que quem faz exercício tem menor risco de depressão. Já para quem temo transtorno, é medicado e mantém uma vida ativa, o risco de voltar a ter oproblema após o término do tratamento medicamentoso é menor.

Além disso, o exercício tem o poder de melhorar a memória, aconcentração, a capacidade de resolver problemas e o processamento deinformações, além de evitar o declínio cognitivo.

"Quem se mantém ativo tem mais produção de BDNF (fatorneurotrófico derivado do cérebro), uma substância que tem como função promovera sobrevivência dos neurônios. Estudos em andamento apontam que isso pode atéresultar em um retardo dos quadros demenciais", diz Carvalho.

E qual o melhor exercício para conseguir benefícios? Segundoa médica, é aquele que você faz regularmente.

“A pessoa precisa encontrar algo que goste e possa continuarfazendo. Se não tiver prazer, não vai durar.”

Fonte: Uol

 





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